Mortes Inaceitáveis: Combatendo o feminicídio e exigindo Justiça!

por Wilmaci Oliveira – Hoje, mais uma mulher foi enterrada em Itabuna. Lágrimas escorrem dos pais enlutados que perderam sua filha amada, assim como das duas jovens que foram privadas da oportunidade de serem criadas com o amor de sua mãe. Luana Brito, de 29 anos, foi brutalmente assassinada com vários tiros pelo ex-companheiro. Foi um ato brutal e covarde. Luana era empreendedora, trabalhava duro para sustentar suas filhas e possuía coragem, sonhos e talentos que foram abruptamente interrompidos de forma infame.

A história de Luana me chocou, assim como a morte de Lara Passos, de 18 anos, no ano passado. Ambas foram vítimas da masculinidade tóxica de homens que consideram as mulheres como sua propriedade, homens que se recusam a aceitar a palavra “não”.

O feminicídio ceifa inúmeras vidas em todo o Brasil. Em média, uma mulher é morta a cada seis horas simplesmente por ser mulher. De acordo com o Monitor da Violência, houve um aumento de 5% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com 2021. A Bahia ocupa o sexto lugar entre os estados brasileiros com as maiores taxas de feminicídio.

Vários fatores contribuem para o trágico fim de tantas mulheres: desigualdade de gênero, aumento dos níveis de agressão, proteção inadequada às vítimas de violência, impunidade e falta de investimento em políticas públicas voltadas para a prevenção da violência doméstica.

Então, o que pode ser feito para combater o feminicídio? Acredito firmemente que garantir os direitos das mulheres é o caminho para erradicar esse fenômeno angustiante e assustador. O feminicídio é a consequência máxima de uma série de agressões contra as mulheres. É inegavelmente cruel, mas a verdade é que muitas mortes poderiam ser evitadas se os direitos das mulheres fossem respeitados e garantidos.

Agora, você pode naturalmente se perguntar quais ações eu, como vereadora, tenho tomado para combater o feminicídio aqui em Itabuna. Permita-me listar algumas das medidas que implementei com esse objetivo em mente:

  • Sou presidente da Comissão de Direitos das Mulheres, Negros e Minorias na Câmara Municipal.
  • Solicitei a criação do Departamento da Mulher na prefeitura de Itabuna.
  • Sou autora do Projeto de Lei que estabeleceu a Semana Municipal da Lei Maria da Penha, dedicada a conscientizar sobre a violência doméstica.
  • Organizo sessões especiais na Câmara Municipal com foco no combate à violência contra a mulher e na exigência do cumprimento dos direitos das mulheres.
  • Visitarei, acompanharei e ouvirei as demandas das mulheres, sugerindo melhorias às instituições municipais responsáveis por apoiá-las.
  • Mantenho diálogo constante com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Itabuna para compreender os problemas e dificuldades enfrentados, além de exigir medidas das autoridades competentes.
  • Tomo uma posição firme e exijo responsabilização em casos de misoginia e violência contra a mulher ocorridos em nossa cidade.

Em conclusão, quero enfatizar que cada vez que uma mulher se torna vítima de feminicídio, uma parte de todas nós morre. Somos afetadas de diversas formas e é crucial que respondamos responsabilizando o governo, apoiando outras mulheres, disseminando informações e participando de manifestações. Independentemente de como escolhemos contribuir, a única coisa que não podemos fazer é permanecer em silêncio e aceitar essa violência diária como algo normal. É nossa responsabilidade coletiva elevar nossas vozes, exigir mudanças e recusar a normalização dessas atrocidades diárias contra as mulheres.

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